O Racing, próximo adversário do Flamengo na Libertadores, possui uma história de superação que o diferencia no futebol argentino. O clube, que enfrentou a falência no final do século XX, tornou-se pioneiro ao implementar um modelo de gestão empresarial.
A trajetória do Racing inclui um período de dificuldades financeiras extremas, que culminaram com a decretação de falência pela Justiça argentina em março de 1999. Na época, o clube acumulava dívidas que chegavam a 30 milhões de dólares. Uma multidão de torcedores compareceu ao El Cilindro para o que poderia ser um dos últimos jogos da história do clube.
A experiência da Blanquiceleste S/A
Em 2000, o Racing deu um passo ousado ao lançar a Blanquiceleste S/A, uma sociedade anônima administrada pelo empresário Fernando Martín. Essa iniciativa buscou profissionalizar a gestão do clube, especialmente no futebol.
Apesar do entusiasmo inicial, que culminou com o título do Torneio Clausura do Campeonato Argentino em 2001 sob o comando de Reinaldo “Mostaza” Merlo, o modelo enfrentou desafios. Em poucos anos, a companhia acumulou novos problemas financeiros e dez pedidos de falência, forçando o clube a retomar o controle de suas operações em 2008.
Adaptação e sucesso na gestão atual
A Associação do Futebol Argentino (AFA) possui regras rígidas contra a criação de Sociedades Anônimas Desportivas (SADs), semelhantes às SAFs brasileiras. Clubes que adotam esse modelo correm o risco de serem desfiliados. Para contornar essa restrição, muitos clubes optam por modelos de “gerenciamento”, onde a administração de certas atividades é delegada a terceiros.
Sob a presidência de Víctor Blanco, iniciada em 2013, o Racing passou por um processo de reestruturação financeira. Durante mais de uma década, o clube consolidou sua saúde financeira e esportiva, alcançando o protagonismo atual no futebol argentino.
Essa gestão profissional permitiu ao Racing conquistar títulos importantes, como a Copa Sul-Americana de 2024 e a Recopa Sul-Americana de 2025. Recentemente, o ídolo Diego Milito assumiu a presidência, dando continuidade ao projeto.
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A história do Racing demonstra como a adaptação de modelos de gestão e a resiliência podem transformar a trajetória de um clube, permitindo que ele retome seu lugar de destaque no cenário nacional e internacional.
Fonte: Globo Esporte