Ex-meia do Vasco, Dudu concilia carreira de jogador e mercado financeiro

Aos 26 anos, Dudu, ex-meia revelado nas categorias de base do Vasco, está construindo uma carreira paralela no mercado financeiro. Paralelamente à sua atividade como jogador, ele se dedica aos estudos sobre finanças e investimentos com o objetivo de auxiliar outros atletas a planejar uma aposentadoria tranquila.

Dudu fez parte da geração 98 do Vasco, que também revelou Douglas Luiz. O meia destro teve poucas oportunidades no time profissional, disputando apenas quatro partidas e marcando um gol. Ele deixou o clube em 2021 e, posteriormente, defendeu o CRB e o Figueirense, antes de atuar em ligas intermediárias na Europa, como o Hapoel Tel Aviv, de Israel.

Ele sofreu uma grave lesão no joelho em outubro do ano passado, mas já se recuperou e se sente pronto para voltar a jogar. Dudu conta que a preocupação com o futuro financeiro começou ainda nas categorias de base do Vasco, ao receber seu primeiro aumento salarial significativo.

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O mercado financeiro como aliado

Na época, Dudu buscou orientação em uma gerente de conta bancária, mas se sentiu perdido com as informações. Essa experiência o motivou a buscar conhecimento sobre o mercado financeiro para ter mais controle sobre seu patrimônio.

“Vou ser sincero: eu devo ter entendido umas três, quatro palavras que ela falou durante a reunião. Quando saí, falei: ‘preciso me movimentar’. Não posso ser totalmente refém do que ela vai me oferecer porque eu não tenho conhecimento, não vou conseguir nem discutir com ela”, relatou.

Há três anos, Dudu conheceu uma empresa de gestão de patrimônio, da qual se tornou sócio. Ele se apaixonou pelo modelo de investimento e agora busca disseminar o conceito de liberdade financeira entre outros jogadores. A ideia é que eles aproveitem a carreira no futebol com planejamento para garantir uma aposentadoria confortável.

Atualmente, Dudu atua como gerente de relacionamento na Az Guidance, uma empresa que gerencia patrimônios. Ele possui certificações da ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros) e da ANCORD (Associação Nacional das Corretoras e Distribuidoras de Títulos e Valores Imobiliários, Câmbio e Mercadorias).

Tabu e realidade financeira no futebol

Dudu ressalta que o tema investimento ainda é um tabu para muitos jogadores, que acreditam que o futebol será sua fonte de renda para sempre. Ele compartilhou um caso que o assustou: o de um amigo ex-jogador de Série A, que, aos 34 anos, possuía apenas R$ 50 mil líquidos.

“Ele passou por clube que tinha problema de salário, isso é uma grande questão também que acontece no futebol. Ele não estava planejado para isso. Teve que torrar, torrar, torrar.. Ficou no sufoco e me ligou para pedir ajuda”, relatou.

Ele também alerta sobre o investimento exagerado em imóveis, um erro comum entre jogadores. Dudu cita o exemplo de um ex-colega que, apesar de ter R$ 10 milhões em patrimônio, dispunha de apenas R$ 90 mil líquidos. A falta de liquidez o colocou em apuros, forçando-o a vender bens às pressas, o que gerou prejuízos.

“Não que imóvel seja um mau negócio, mas tem que ser bem dividido”, ponderou Dudu.

Atualmente, a empresa onde Dudu trabalha gerencia cerca de R$ 5 bilhões em patrimônio.

Fonte: Globo Esporte