Natanael relembra início, elogia Hulk e mira título da Sul-Americana

Natanael, lateral-direito de 23 anos do Atlético Mineiro, vive a expectativa de disputar a partida mais importante de sua carreira: a final da Copa Sul-Americana contra o Lanús. Em entrevista exclusiva, o jogador relembrou sua trajetória desde a cidade natal de Braganey até o momento decisivo no Paraguai.

O início e a gratidão ao Coritiba

Nascido em Braganey, uma pequena cidade paranaense, Natanael sempre sonhou em ser jogador de futebol. Aos 13 anos, mudou-se para Arapongas para buscar mais oportunidades e foi descoberto por observadores do Coritiba. No clube paranaense, ele atuou em 183 jogos, disputou seu primeiro Campeonato Brasileiro e viveu sua melhor temporada individual até então. Natanael expressou profunda gratidão ao Coritiba por abrir as portas e mudar sua vida e a de sua família.

“Coritiba foi o clube que abriu as portas, acreditou em mim, me deu todo suporte quando precisei. Quando falo em Coritiba, só me vem a palavra gratidão. Um clube que mudou minha vida, a vida da minha família. Se fosse definir em uma palavra, seria gratidão”, resumiu.

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Adaptação e evolução no Atlético Mineiro

Após sua passagem pelo Coritiba, Natanael chegou ao Atlético Mineiro, onde se adaptou rapidamente à vida em Belo Horizonte. Ele destacou a receptividade dos mineiros e o bem-estar de sua família na cidade. Individualmente, o lateral tem números expressivos na temporada, com 3 gols e 4 assistências em 55 jogos, buscando sempre evoluir e ajudar no ataque.

O jogador também comentou sobre as mudanças táticas implementadas pelo técnico Jorge Sampaoli. Natanael explicou como a equipe passou a jogar com saída de três zagueiros e volantes, e como ele tem sido utilizado em diferentes funções, inclusive por dentro, participando mais da construção de jogadas.

“Teve uma mudança geral na nossa forma de jogar. A gente faz uma saída em 3, com Cuca era saída em 4. Jogamos em 3-2 na saída, como o Sampaoli diz, três zagueiros e dois volantes, e uma linha mais espetada. Já joguei como construtor pela direita, como ala, que fica mais na última linha do adversário, para atacar espaço, buscar as costas do adversário e fazer com que a linha corra para trás. No jogo contra o Ceará, joguei por dentro, foi uma novidade para mim. Você acaba tocando mais a bola por dentro, o jogo com o Sampaoli passa muito por dentro, e você acaba participando mais do jogo. Mudou bastante, a estrutura do time mudou”, explicou.

A campanha na Copa Sul-Americana

A Copa Sul-Americana sempre foi um objetivo do clube. Após uma campanha irregular na fase de grupos, o Atlético Mineiro precisou disputar um playoff para avançar às oitavas de final. Natanael relembrou a intensidade dos jogos, como a classificação nos pênaltis contra o Chacarita e a superação na altitude de La Paz contra o Bolívar.

“Primeira vez que joguei lá (em La Paz), sinceramente é muito difícil… A gente abre 2 a 0, e eles com um a menos empatam. Para quem estava de fora, ficou aquele ar de desconfiança, mas para a gente, no grupo, não. Claro que poderia ser melhor o resultado, mas se antes tivessem falado que seria 2 a 2, todo mundo teria assinado”, refletiu.

A equipe cresceu ao longo do torneio, com atuações decisivas de jogadores como Bernard e Hulk. Natanael destacou a importância de Hulk, mesmo aos 39 anos, como um líder e exemplo para o elenco.

“Com 39 anos, com tudo o que conquistou, ele está sempre tentando melhorar no dia a dia. Isso traz um incentivo para a gente. É um cara muito importante para a gente, dispensa comentário. Talvez seja o brasileiro mais regular das últimas temporadas, ganhou muitas coisas aqui, um dos maiores ídolos da história do clube. Todo mundo tem muito respeito por ele. A gente sabe que pode decidir a qualquer momento, assim como no primeiro jogo contra o Del Valle ele deu assistência para o Dudu, agora fazendo esse gol…. Ele é um cara que tem muita coisa ainda para desfrutar, para nos ajudar, e a gente que está no dia a dia com ele, só tem que olhar para ele e pegar as coisas boas que ele nos transmite. É um líder, um vencedor, craque dentro e fora de campo”.

O sonho do título continental

A final da Sul-Americana contra o Lanús representa o ponto alto da primeira temporada de Natanael em Belo Horizonte e a chance de conquistar seu primeiro título internacional. O jogador expressou o desejo de levantar a taça e coroar o trabalho realizado.

“Antes de começar o jogo, estava falando com o Hulk: ‘Pô, cara, primeira final continental que posso viver, de campeonato grande. É o momento que esperei e trabalhei durante todos esses anos’. Então é um momento único, e espero que seja com título”.

Natanael mantém o sonho de defender a seleção brasileira, mas no momento, seu foco principal é a conquista da Copa Sul-Americana.

Fonte: O Gol