A Justiça do Paraguai abriu um processo penal contra nove pessoas, incluindo a viúva e as filhas de Nicolás Leoz, ex-presidente da Conmebol, por supostos desvios de dinheiro durante sua gestão, que vigorou entre 1986 e 2013. Leoz faleceu em 2019.
O grupo denunciado também inclui indivíduos ligados ao Banco Atlas, que teria sido utilizado como parte do esquema de lavagem de dinheiro. As audiências para decidir sobre as medidas cautelares solicitadas pelo Ministério Público paraguaio estão marcadas para os dias 20 e 21 de novembro.
Desdobramentos do Fifagate
A ação judicial é um desdobramento do escândalo de corrupção conhecido como Fifagate, que veio à tona em 2015 com investigações do FBI. O caso também envolveu ex-dirigentes brasileiros, como Ricardo Teixeira, Marco Polo del Nero e José Marin, este último condenado nos Estados Unidos.
Em 2017, uma auditoria interna da Conmebol revelou o esquema e entregou as informações às autoridades paraguaias. Desde então, a entidade afirma ter recuperado mais de US$ 130 milhões, aproximadamente R$ 700 milhões, em fundos desviados.
Medidas Cautelares e Histórico
A investigação aponta para o envolvimento de Nicolás Leoz em esquemas de recebimento de propinas em troca de direitos de transmissão de torneios organizados pela Conmebol e pela Fifa. Leoz foi acusado de corrupção pela Justiça dos Estados Unidos, mas conseguiu evitar a extradição e cumpriu prisão domiciliar em seu país natal nos últimos anos de vida.
O escândalo do Fifagate completou 10 anos em 2025, relembrando um dos maiores casos de corrupção que abalaram o mundo do futebol, envolvendo confederações e federações em diversos países.
Fonte: Globo Esporte