Bernardo Pessi detalha plano para o Avaí: ‘Os primeiros seis meses serão de guerra’

Bernardo Pessi, candidato à presidência do Avaí, detalha plano para o clube em entrevista. Aborda SAF, futebol, finanças e desafios.

O candidato à presidência do Avaí Futebol Clube, Bernardo Pessi, da Chapa 1 “Leão Campeão”, concedeu entrevista nesta quinta-feira (30) onde detalhou suas propostas e a situação atual do clube.

As eleições do Avaí estão agendadas para o dia 9 de novembro. O adversário de Pessi é Renan Schlickmann, da Chapa 2 “O Avaí é Nosso”, que também será entrevistado.

https://www.youtube.com/watch?v=DHmGVtlxyPI

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Bernardo Pessi discute seu projeto para o Avaí.

Experiência e projeto familiar

Bernardo Pessi ressaltou sua longa trajetória com o clube, que remonta à sua família. Seu avô foi presidente nos anos 40 e 50, passando a tradição para seu pai e, posteriormente, para ele. Pessi já atuou no Conselho Deliberativo há mais de uma década, o que lhe proporcionou um profundo conhecimento do funcionamento, das necessidades e das falhas do clube.

Ele explicou que sua candidatura se baseia em um projeto sólido para contribuir com o atual momento do Avaí. Pessi também mencionou sua participação ativa nas eleições passadas, o que lhe deu ainda mais bagagem para o pleito atual.

Discussão sobre a Lei da SAF

Abordando o tema da Sociedade Anônima do Futebol (SAF), Pessi afirmou que o Avaí tem discutido o assunto incessantemente desde sua promulgação em 2021. Ele acredita que o clube está maduro para enfrentar essa discussão, mesmo sendo um tema polêmico.

Pessi enfatizou que a SAF não é uma solução mágica, mas sim uma alternativa que precisa ser estudada com urgência, mesmo que a conclusão seja um posicionamento contrário. Ele esclareceu que seu projeto de candidatura é para uma associação, não para uma SAF, e que qualquer decisão sobre o modelo de gestão será tomada em conjunto com o Conselho Deliberativo e a torcida, sem pressa.

O candidato é categórico ao afirmar que o Avaí é viável tanto como associação quanto com SAF. A decisão sobre o caminho a seguir dependerá dos objetivos que o clube pretende alcançar.

Atletas do Avaí em treino no CFA da Ressacada.
Treino do Avaí no Centro de Formação de Atletas da Ressacada.

Reestruturação do departamento de futebol

Pessi admitiu que o departamento de futebol do Avaí encontra-se esfacelado, descrevendo a situação como triste e vergonhosa ao final da atual gestão. Ele mencionou conversas com dois possíveis diretores de futebol e técnicos, mas evitou divulgar nomes.

Ele apontou a falta de um diretor de futebol e a saída do diretor de análise de mercado como pontos críticos. A reestruturação, segundo ele, começará do zero, mas com uma base sólida de 11 jogadores com contrato para o próximo ano, além de seis outros com vínculos até o Estadual.

A previsão é contratar entre 10 e 11 atletas para formar um elenco de aproximadamente 33 jogadores, considerando o aumento do calendário, com possibilidade de até 72 jogos em 2026. A montagem do elenco será enxuta e inteligente, devido às limitações financeiras.

Prioridades na montagem do elenco

O candidato destacou quatro posições cruciais para reforçar: um goleiro seguro, um zagueiro com liderança, um meia criativo (camisa 10) e um centroavante goleador. Pessi lamentou o histórico recente de atacantes que passaram pelo clube sem convencer.

Avaliação do técnico e funcionários

Em relação ao técnico Vinícius Bergantin, Pessi afirmou que, embora não o conheça pessoalmente, sua avaliação até o momento indica que ele pode não ser o perfil ideal para o início do trabalho no próximo ano. Ele ressaltou que não se trata de uma decisão de demissão, mas de uma avaliação cautelosa.

Vinícius Bergantin, técnico do Avaí.
Vinícius Bergantin, atual técnico do Avaí.

Pessi também indicou a necessidade de cortes no quadro administrativo, buscando alinhar os salários à entrega de resultados. Ele prometeu uma reestruturação sem “caça às bruxas”, focada em estabelecer o nível de eficiência de cada funcionário.

Situação financeira crítica

Bernardo Pessi descreveu a situação financeira do Avaí como “grave” e de “guerra” para os primeiros seis meses de 2026. Ele revelou uma dívida histórica gigantesca, com R$ 40 milhões em Recuperação Judicial e R$ 140 milhões em Transação Tributária.

A estimativa para fechar o ano atual é de R$ 15 a R$ 20 milhões. Pessi planeja uma auditoria detalhada para gerenciar os pagamentos, renegociar dívidas e diluí-las ao longo do tempo. A parcela mensal da Recuperação Judicial é de R$ 450 mil por dez anos, enquanto a Transação Tributária, quando assinada, implicará parcelas mensais de R$ 250 a R$ 300 mil.

Ele enfatizou que esses valores representam quase 20% da receita anual do clube, que gira em torno de R$ 30 a R$ 35 milhões. Pessi antecipa que novas surpresas e dívidas podem surgir, citando processos trabalhistas e de fornecedores.

O candidato elogiou a organização administrativa atual, mas alertou para um possível inchaço que pode ter elevado os custos.

Fonte: Globo Esporte

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