O candidato à presidência do Avaí Futebol Clube, Bernardo Pessi, da Chapa 1 “Leão Campeão”, concedeu entrevista nesta quinta-feira (30) onde detalhou suas propostas e a situação atual do clube.
As eleições do Avaí estão agendadas para o dia 9 de novembro. O adversário de Pessi é Renan Schlickmann, da Chapa 2 “O Avaí é Nosso”, que também será entrevistado.
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Experiência e projeto familiar
Bernardo Pessi ressaltou sua longa trajetória com o clube, que remonta à sua família. Seu avô foi presidente nos anos 40 e 50, passando a tradição para seu pai e, posteriormente, para ele. Pessi já atuou no Conselho Deliberativo há mais de uma década, o que lhe proporcionou um profundo conhecimento do funcionamento, das necessidades e das falhas do clube.
Ele explicou que sua candidatura se baseia em um projeto sólido para contribuir com o atual momento do Avaí. Pessi também mencionou sua participação ativa nas eleições passadas, o que lhe deu ainda mais bagagem para o pleito atual.
Discussão sobre a Lei da SAF
Abordando o tema da Sociedade Anônima do Futebol (SAF), Pessi afirmou que o Avaí tem discutido o assunto incessantemente desde sua promulgação em 2021. Ele acredita que o clube está maduro para enfrentar essa discussão, mesmo sendo um tema polêmico.
Pessi enfatizou que a SAF não é uma solução mágica, mas sim uma alternativa que precisa ser estudada com urgência, mesmo que a conclusão seja um posicionamento contrário. Ele esclareceu que seu projeto de candidatura é para uma associação, não para uma SAF, e que qualquer decisão sobre o modelo de gestão será tomada em conjunto com o Conselho Deliberativo e a torcida, sem pressa.
O candidato é categórico ao afirmar que o Avaí é viável tanto como associação quanto com SAF. A decisão sobre o caminho a seguir dependerá dos objetivos que o clube pretende alcançar.
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Reestruturação do departamento de futebol
Pessi admitiu que o departamento de futebol do Avaí encontra-se esfacelado, descrevendo a situação como triste e vergonhosa ao final da atual gestão. Ele mencionou conversas com dois possíveis diretores de futebol e técnicos, mas evitou divulgar nomes.
Ele apontou a falta de um diretor de futebol e a saída do diretor de análise de mercado como pontos críticos. A reestruturação, segundo ele, começará do zero, mas com uma base sólida de 11 jogadores com contrato para o próximo ano, além de seis outros com vínculos até o Estadual.
A previsão é contratar entre 10 e 11 atletas para formar um elenco de aproximadamente 33 jogadores, considerando o aumento do calendário, com possibilidade de até 72 jogos em 2026. A montagem do elenco será enxuta e inteligente, devido às limitações financeiras.
Prioridades na montagem do elenco
O candidato destacou quatro posições cruciais para reforçar: um goleiro seguro, um zagueiro com liderança, um meia criativo (camisa 10) e um centroavante goleador. Pessi lamentou o histórico recente de atacantes que passaram pelo clube sem convencer.
Avaliação do técnico e funcionários
Em relação ao técnico Vinícius Bergantin, Pessi afirmou que, embora não o conheça pessoalmente, sua avaliação até o momento indica que ele pode não ser o perfil ideal para o início do trabalho no próximo ano. Ele ressaltou que não se trata de uma decisão de demissão, mas de uma avaliação cautelosa.
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Pessi também indicou a necessidade de cortes no quadro administrativo, buscando alinhar os salários à entrega de resultados. Ele prometeu uma reestruturação sem “caça às bruxas”, focada em estabelecer o nível de eficiência de cada funcionário.
Situação financeira crítica
Bernardo Pessi descreveu a situação financeira do Avaí como “grave” e de “guerra” para os primeiros seis meses de 2026. Ele revelou uma dívida histórica gigantesca, com R$ 40 milhões em Recuperação Judicial e R$ 140 milhões em Transação Tributária.
A estimativa para fechar o ano atual é de R$ 15 a R$ 20 milhões. Pessi planeja uma auditoria detalhada para gerenciar os pagamentos, renegociar dívidas e diluí-las ao longo do tempo. A parcela mensal da Recuperação Judicial é de R$ 450 mil por dez anos, enquanto a Transação Tributária, quando assinada, implicará parcelas mensais de R$ 250 a R$ 300 mil.
Ele enfatizou que esses valores representam quase 20% da receita anual do clube, que gira em torno de R$ 30 a R$ 35 milhões. Pessi antecipa que novas surpresas e dívidas podem surgir, citando processos trabalhistas e de fornecedores.
O candidato elogiou a organização administrativa atual, mas alertou para um possível inchaço que pode ter elevado os custos.
Fonte: Globo Esporte
