Marcelo Fernandes, que iniciou 2025 como treinador do Guarani, tornou-se herói na conquista do primeiro título nacional da Ponte Preta na Série C do Campeonato Brasileiro. A virada de chave ocorreu após sua demissão do clube de Campinas e rápida contratação pelo rival.
![](<figure><img src="https://www.ogol.com.br/wimg/n969202b/1376462-da-demissao-no-guarani-ao-titulo-historico-na-ponte-marcelo-.jpg" alt=""><figcaption></figcaption></figure>)
Em 26 de julho de 2025, Marcelo Fernandes foi desligado do Guarani após uma derrota. Menos de 20 dias depois, aceitou o convite da Ponte Preta, mesmo com desconfiança inicial devido ao passado recente no clube adversário.
“Quando o Guarani me ligou eu não quis nem saber, eu vim embora para Campinas. Então, depois de tudo que eu fiz no Bugre, a Ponte me chamou, eu vim correndo mais rápido ainda. Eu não tive receio nenhum, muito pelo contrário, eu tinha muita confiança, acredito muito no meu trabalho”, declarou o treinador em entrevista exclusiva. 
Fernandes assumiu a Ponte Preta em um momento delicado, com o clube devendo três meses de salário aos jogadores e o acesso parecendo distante. Sua chegada motivou a equipe, que embalou uma sequência de vitórias.
“A gente ficar em casa vai resolver o quê? O que a gente pode fazer para resolver? A gente pode ganhar os jogos. Os jogadores mais experientes como o Élvis, o Diogo Silva, o Ayrton, foram muito profissionais. Foi um período difícil. Os resultados foram nos dando confiança. Fazíamos por saber que podíamos entrar na história”, relembrou.
O treinador destacou a reta final da Série C: “Assumi faltando três jogos, conseguimos três vitórias e entramos no quadrangular. De 12 pontos fizemos dez e já conseguimos o acesso de cara e ainda sobraram dois jogos”.
Na final, após um empate na ida contra o Londrina, a Ponte Preta venceu por 2 a 0 em casa e conquistou a taça inédita. O técnico descreveu a emoção:
“A torcida da Ponte é muito apaixonante. A gente viu o que aconteceu na final, é inesquecível na minha vida. Tinha torcedor de 100 anos no campo, tinha bebê de colo. Muitos falando que meu pai não viu, meu avô não viu e eu vi, então não teve preço. Foi mágico. A torcida do jeito que estava, aquela invasão de campo, eu não recebi troféu e medalha, mas valeu muito ver aquela euforia.”
Da demissão no Guarani ao acesso com a Macaca
A passagem de Marcelo Fernandes pelo Guarani foi marcada pela recuperação da equipe na Série C. Contratado para substituir Maurício Souza, ele assumiu o time com três derrotas em três jogos.
“Eu não escolhi o Bugre, o Bugre me escolheu. Eles me ligaram, eu não pensei duas vezes, eu não queria nem saber quanto eu ia ganhar. Foi a oportunidade da minha vida. O Guarani tinha três jogos e três derrotas na Série C. Chegaram algumas contratações, eu fiz 11 jogos no Guarani e conseguimos 16 pontos, deixamos eles a dois pontos da classificação”, contou.
O técnico lamentou a saída: “Só que, como é o futebol, eles acharam por bem me desligar, queriam trazer um outro profissional. A gente tem que entender.”
O último jogo do quadrangular final foi um Derby contra o próprio Guarani. A Ponte Preta venceu por 2 a 0, garantindo o acesso e eliminando o ex-clube do técnico.
“O último jogo era um Derby, só que se o Guarani ganhasse dentro do Moisés, ele não só subiria, como também pegaria a vaga nossa da final. A gente chegou muito forte, fizemos outro grande jogo e ganhamos de 2 a 0. Foi maravilhoso”, completou Marcelo.
Marcelo Fernandes renovou contrato com a Ponte Preta para a temporada de 2026, com o objetivo de montar um time competitivo para a Série B e o Campeonato Paulista.
Fonte: O Gol
