Márcio Santos avalia pressão na Seleção e elogia Ancelotti

Márcio Santos, campeão do mundo em 1994, analisa a pressão na Seleção Brasileira para 2026 e comenta a chegada de Carlo Ancelotti.

Campeão do Mundo em 1994, o ex-zagueiro Márcio Santos analisou a pressão sobre a Seleção Brasileira na busca pelo hexacampeonato na Copa do Mundo de 2026. Em entrevista, ele comparou o cenário atual com o da equipe que encerrou um jejum de 24 anos em 1994.

Márcio Santos durante participação em torneio amador.
Márcio Santos foi campeão do mundo em 1994 (Foto: Thiago Braga/Lance!)

Na campanha vitoriosa nos Estados Unidos, Márcio Santos foi peça fundamental na defesa e marcou um gol na fase de grupos. O defensor se tornou uma referência para o elenco comandado por Carlos Alberto Parreira, que enfrentou críticas e momentos de desgaste.

O ex-zagueiro relembrou um momento delicado após uma derrota para a Bolívia nas Eliminatórias: “Eu lembro que nós chegamos de madrugada, voltamos do jogo e logo em seguida voltamos para a Granja Comary, chegamos de madrugada e o Parreira estava desanimado, muito desanimado. Ele já estava pensando e falou para nós: ‘eu estou me desligando da Seleção’”, contou.

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“Nós falamos: ‘não, você vai ficar com a gente, você não pode deixar nada de fora incomodando sua família, a gente vai estar do lado do senhor. E a partir de hoje, assim que vier de fora, não vou deixar nada mais dentro da Seleção para incomodar, o senhor vai estar com a gente’. Nós seguramos ele lá. Por aí você vê que a pressão era gigantesca”, complementou Márcio Santos.

Ele ressaltou que a experiência de jogadores como os que participaram da Copa de 1990 e a união do grupo foram cruciais para superar as adversidades.

Ancelotti e a Autoridade na Seleção

Márcio Santos também destacou a importância da mudança de perfil no comando técnico para garantir respeito e disciplina. Para ele, a chegada de Carlo Ancelotti pode estabelecer novos padrões de comportamento e afastar acomodações no elenco.

“O único pecado é que ele chegou um ano antes da Copa. E se ele tivesse chegado no começo dos quatro anos, trabalhando na Seleção, a Seleção já estaria voando. Ele é um vencedor nato. Todo mundo tem respeito por ele no mundo. Infelizmente, os outros treinadores que passaram antes não tinham respeito dos jogadores”, avaliou.

“Eu tenho certeza que agora, se o jogador for o capitão do time, se ele pisar na bola, o Ancelotti tira ele do time. Com ele não tem essa. Ele tem um respeito muito grande, ele pode fazer o que ele quiser. Então isso é bom pra Seleção. Tirou as cadeiras cativas do time, entendeu? Isso eu acho legal. E ele vai fazer o time funcionar”, projetou.

Visão sobre o futuro de Neymar

Com vasta experiência no futebol internacional e nacional, Márcio Santos demonstrou ceticismo quanto à presença de Neymar na próxima Copa do Mundo.

“Eu acho difícil. Infelizmente, o Neymar é um craque com muita qualidade, mas ele não está sabendo usufruir do dom que Deus deu pra ele. Eu acho assim: há um ano ele disse que quer a Copa do Mundo, mas a parte profissional ele está deixando de lado. Então não adianta. Ele está tendo lesão, atrás de lesão. Então o Neymar, com 33 anos, está tendo dificuldade para se manter no Santos. Imagina na Copa do Mundo com os ‘zagueirões’ voando baixo. Então eu acho que ele vai ter dificuldade para ir pra Copa do Mundo”, afirmou.

O ex-zagueiro ainda explicou que a Seleção tende a manter o grupo que conquistou a vaga: “A Seleção funciona assim: após as Eliminatórias, aquele grupo que participou e conseguiu a classificação é aquele grupo que vai pra Copa do Mundo. Aí depende: se tiver lesão, ele vai ser cortado, não vai poder jogar, vai ter que trazer outro.”

Márcio Santos em evento esportivo.
Márcio Santos com a taça da Copa do Mundo em 1994 (Foto: Arquivo/CBF)

Fonte: Lance!

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