Nicolas Albiero, nadador de destaque internacional e com forte ligação com o Brasil, anunciou o fim de sua carreira competitiva. A despedida ocorreu durante o Troféu José Finkel, realizado entre 28 de outubro e 1º de novembro, em São Paulo. Albiero, que trocou a bandeira dos Estados Unidos pela brasileira, realizou o sonho de competir pelo país de seu pai, tornando-se um símbolo de representatividade.
A decisão de se mudar para o Brasil marcou um momento crucial em sua trajetória, impulsionando seu desenvolvimento profissional e pessoal. Ele se adaptou rapidamente ao cenário da natação brasileira, encontrando no Minas Tênis Clube um segundo lar.

“Viver no Brasil sempre foi um sonho meu. Eu sabia que era uma oportunidade que eu nunca mais teria e que me arrependeria pelo resto da vida se dissesse ‘não’. Eu amo o Minas. Ele me lembra muito a minha universidade. Toda vez que eu subia no bloco, eu estava competindo por eles, não por mim”, declarou Albiero.
Olimpíadas de 2024: O ápice da carreira
Um dos momentos mais significativos e desafiadores para Nicolas foi a classificação para as Olimpíadas de 2024. O atleta relembrou a emoção da conquista.
“Eu jamais vou esquecer de ter ganhado meu primeiro título individual no NCAAs [campeonato universitário dos EUA]. Mas a classificação para os Jogos Olímpicos tem que ser o número um. Foi um ano muito difícil antes das Seletivas Olímpicas. Eu fiquei doente muitas vezes no Brasil e não sabia o que meu corpo seria capaz de fazer. Eu dei tudo o que tinha. Tocar a parede e olhar para os meus companheiros de equipe é uma memória que vou guardar para sempre”, compartilhou o nadador.
Após mais de duas décadas de dedicação à natação, que ele descreve como seu “primeiro amor”, a aposentadoria chega com serenidade e um sentimento de dever cumprido.

Representatividade e legado para a natação
Em 2022, Albiero assumiu publicamente sua sexualidade, tornando-se o primeiro nadador abertamente gay a representar a natação brasileira em uma Olimpíada. Essa atitude o transformou em um importante ícone de representatividade.
“Eu acho que é importante ter representatividade. Crescendo, eu nunca vi alguém como eu competindo neste nível, alguém que se sentia confortável em sua própria pele”, refletiu.
Olhando para o futuro, Nick demonstra otimismo quanto ao cenário da natação no Brasil.
“Estou muito animado com o futuro da natação no Brasil. Espero ter conseguido inspirar esses jovens nadadores e mostrar a eles que seus sonhos são possíveis”, concluiu.
Fonte: Lance!